terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Exclusivo: Léo Flores exalta superação em campanha do Ceres na B2

 Fonte: Futeboldorio.com


Goleiro destaca que clube teve que superar até abandono de investidores






Foto: William Sales

Aos 41 anos, Léo Flores já poderia até ter parado de jogar. Goleiro de destaque por vários clubes de dentro e fora do Rio de Janeiro, ele insiste, no entanto. E é a paixão pelo Ceres, onde chegou em 2005, que fala mais alto para que ele siga motivado. Mais do que isso, em grande forma: Léo vem sendo um dos principais nomes da campanha celeste, que valeu uma classificação às semifinais da Taça Waldir Amaral, o segundo turno da Série B2 do Carioca. Mas, como em tudo na carreira, o feito teria que ser pelejado até a conquista.

Na difícil vida da terceira divisão carioca, o Ceres precisou se mexer para entrar em campo num ano de pandemia e crise financeira. A participação na Série B2 chegou a ser posta em dúvida, mas Léo estava lá após deixar o Bonsucesso, que viveu um cenário igual ou pior na B1. O que o goleiro talvez não esperasse é que reencontraria, na Rua da Chita, problemas parecidos que tivesse de superar até galgar os passos do atual bom momento.

– Vim para o Ceres com a promessa de que teriam três investidores. Só que esses investidores pensavam que futebol era brincadeira. Os caras abandonaram o clube antes de começar o campeonato, cara. Aí você se imagina num Campeonato Carioca e o cara te abandona. Isso é surreal. Só eu sei o que o Winston (Soares, presidente do clube) e eu passamos porque eu trouxe muito jogador. Tinha promessa para jogador que não podia ser cumprida, mas é aquilo: quando você é honesto e tem caráter, as pessoas acreditam em você. E os caras ficaram comigo. Caras como Anderson Alberto, Jobinho, Igor Salles, Pagodinho… E isso eu levo no coração porque eles não nos abandonaram. Se fossem outros jogadores, teriam ido embora. Ninguém joga de graça. A gente segurou junto na alça e “vambora” – revelou Léo, com exclusividade ao FUTEBOLDORIO.COM.

O goleiro também destaca como foi possível, mesmo com as dificuldades e promessas não cumpridas de última hora, conquistar 17 pontos no segundo turno e coroar uma recuperação sensacional que reviveu o Ceres no campeonato, coroada com a vitória por 2 a 0 sobre o Profute, no último fim de semana. Léo considera que o feito ganha ainda mais importância por colocar o Alviceleste no mesmo pé de clubes que têm uma situação financeira mais estável e remediada desde o início da competição:

– Graças a Deus, o Winston arrumou um investidor lá do Espírito Santo, que assumiu um monte de coisa que ele nem precisava, a gente está levando e chegou nessa semifinal aí. E vou falar legal: se botar na ponta do lápis os times que estão brigando para subir, o 7 de Abril e o Campo Grande têm uma boa condição financeira. Pérolas Negras e Barra da Tijuca, nem se fala. Eu não sei como é no Carapebus, mas aqui foi na luta, no amor, no sangue e no suor. Uma hora pingava uma coisinha aqui, outra ali e ainda assim para alguns. É difícil a diretoria acreditar e, na hora H, o investidor pula fora. O que o jogador vai falar para a família dele?

Nome integrante da seleção da última rodada da Série B2, Léo Flores pode até ser considerado um dos melhores goleiros da competição como um todo. Presente em 14 partidas, foi vazado 15 vezes, mas ajudou a garantir pontos importantes que colocaram o Ceres na liderança de seu grupo e com a vantagem do empate na semifinal desta quarta-feira (20/01), contra o Barra da Tijuca, clube que defendeu brevemente há dois anos. Um reencontro que promete ser inspirador para o arqueiro, que sonha em voltar a ser campeão estadual, como em 2019, na Quartona.

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